sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


REFLEXÕES INICIAIS:  Compreender as implicaçãoes das Teorias da Aprendizagem é indispensável para o profissional ligado ao campo da educação. Uma vez que seu legado pode derrubar paradigmas educacionias, extremamente, excludente, cujos efeitos, ainda, são sentidos em nossas escolas. Daí o fato da equipe 1, da disciplina Tecnologias educacionais na Universidade, desejar dar continuidade a essa discussão. Só que, agora, através de outro instrumento educacional, o Blogger.


Veja o quadro resumo das teorias de aprendizagem elaborado pelo Mestrado de Informática Aplicada a Educação da UFRJ

A Pedagogia de Jerome Bruner

A Psicologia Cognitiva de Bruner

A Psicologia Cognitiva de Bruner estuda os processos mentais superiores: percepção, formação de conceitos, memória, linguagem, pensamento, solução de problemas, tomada de decisão. Ele realiza suas pesquisas com seres humanos por meio de processos mentais (input e output)

A metáfora principal da psicologia cognitiva de Bruner é o processamento da informação (PI), baseada na linguagem do computador, ou seja, como o input é modificado. Como característica, ele pressupõe a representação mental e processamento da informação. Sua teoria da aprendizagem vai além da informação dada, ele compara o desenvolvimento de uma criança com a evolução da raça humana.
A evolução da representação mental se dá por meio das invenções e evolução mental destacada por três ondas de invenções com três funções:

            - A capacidade motora (objetos simples e suas combinações);
            - Ampliação dos sentidos;
            - Raciocínio (tecnologias).

Contudo, a evolução da representação em crianças ocorre em três formas para representar experiências sensoriais e o pensamento, que se desenvolvem sequencialmente, porém não se substituem, conforme descritas a seguir:

  • Representação enativa (músculos);
  • a icônica (imagem) – ampliação dos sentidos
  •  e a simbólica (símbolo arbitrário)  -capacidades intelectuais.
Segundo Bruner, a representação e teoria cognitiva e “um tipo muito especial de um kit de ferramentas comunitário cujas peças, uma vez usadas, fazem do seu usuário um reflexo da comunidade”.

A Teoria da Representação de Bruner: Categorização

Uma das suas preocupações era compreender como as pessoas constroem e utilizam as representações, pois toda atividade humana cognitiva envolve categorias. Nesta perspectiva, o que é uma categoria na ótica de Bruner?
É um conceito (representa coisas relacionadas entre si) e um percepto (algo físico apreendido pelos sentidos). Assim, ele define categorias como se fosse uma regra. Categorizar seria então uma coleção de regras para classificar coisas, tornando-as equivalentes e como características dos objetos são os atributos que podem ser:
  •       Criteriais – são aqueles que definem o objeto 
  •       Irrelevantes – são aqueles que não definem o objeto
Desta forma, as regras para categorização são aquelas que necessárias a fim de especificar um objeto para incluí-lo numa categoria. Bruner aponta quatro elementos aos quais o objeto deve reagir com o intuito de ser categorizado:

  •       São definidos por atributos criteriais; 
  •       Indicam como devem ser combinados; 
  •       Atribuem peso a diversas propriedades (essencial); 
  •      Estabelecem limites de aceitação para os atributos. 
  •     A interação com o ambiente por meio de categorias permite tratar eventos ou objetos diferentes como se fossem equivalentes.
Em suma, as pessoas interagem com o meio por sistemas de classificação (categorias) os quais permitem tratar os diferentes objetos (eventos) como se fossem equivalentes.

Tomada de Decisão

Assim como a informação, a tomada de decisão se processa por meio da categorização, pois se trata de um processamento de informação que envolve a categorização: identificação do objeto, seleção de estratégias, como reagir ao objeto (aquisição de conceitos).
Para Bruner, os sistemas de codificação são combinações hierarquizadas de categorias relacionadas entre si - a categoria do topo é mais genérica (geral) do que as categorias que se encontram abaixo.

Nesta perspectiva, a aquisição de conceitos ocorre da seguinte forma: 
   1º Formação do conceito (até 15 anos)- aprende que há diferentes classes específicas

  2º Aquisição do conceito (após 15 anos)- descobre quaisquer atributos úteis para distinguir
           membros de não-membros de uma classe.
Bruner, então, distingue três tipos de conceito baseados nos atributos criteriais, relacionados a seguir:

  •     Conjuntivo: é aquele que possui dois ou mais valores do atributo; 
  •     Disjuntivo: onde há a presença de dois ou mais atributos relevantes ou qualquer atributo relevante; 
  •      Relacional: que se trata da relação especificada entre valores dos atributos.
Todavia, há que se ter estratégias para a aquisição de conceitos as quais garantem que os conceitos sejam adquiridos rápida e adequadamente, a fim de reduzir o esforço cognitivo. São padrões para determinação de quais objetos pertencem a tal classe. Conforme descritas abaixo:

a) Estratégias p/aquisição de conceitos conjuntivos (presença de dois ou mais valores)
  •     Esquadrinhamento Simultâneo: levanta todas as hipóteses possíveis (inviável); 
  •     Esquadrinhamento Sucessivo: abordagem simples, de tentativa de erro (sorte); 
  •   Focalização Conservadora: inicia aceitando a primeira hipótese completa (atributo modificado é irrelevante); 
  •     Arriscar o Foco: arrisca, alterando mais de um valor ao mesmo tempo (solução rápida, pode não aprender).

b) Estratégias de Obtenção de Conceitos na Vida Real

A aquisição de conceitos são difíceis de transpor a situações da vida real:

         Não são dados exemplos para que possa selecionar experiências;
         Empregou adultos, porém os problemas mostrados as crianças nem sempre
      resultaram nas mesmas estratégias;
         Mesmo os adultos usaram estratégias não identificáveis;
         Parte deste estudo pode estar relacionado a vários aspectos do comportamento
     humano.
Em pesquisas mais recentes sobre aquisição de conceitos, destacam-se os estudos de Mervis e Rosch (1981), para eles “uma categoria existe sempre que um ou mais objetos, ou eventos diferentes, são tratados de modo equivalente”; e segundo Markman e Gentner (2001) “uma vez estabelecidas as categorias as pessoas podem usá-las para inferir atributos numa situação nova”, porém Bruner já previa a descrição das categorias e dos processos envolvidos na categorização na pesquisa cognitiva há um quarto de século atrás.
As tendências desenvolvimentistas na aprendizagem de conceitos apontam que as crianças começam a aprender conceitos de generalização intermediária, para em seguida os mais específicos e depois os mais abrangentes. Nesta perspectiva, por exemplo, elas aprendem primeiro o conceito cachorro, para em seguida o conceito pastor alemão, depois que há outros conceitos como poodle, a seguir o conceito mamífero, para ao final adquirir o conceito de cachorro mamífero.
As categorias possuem limites imprecisos para interpretação do input de estímulos. Itens ou eventos incluídos numa mesma categoria não são todos equivalentes, tais como: o que é ser cor azul, parâmetros de ser gordo ou magro, dentre outros.
Tanto a aprendizagem quanto a formação das categorias envolvem mudanças no cérebro, ou seja, aprendizagem é representada em uma ou mais áreas do cérebro: categorias sensoriais na parte do córtex (lobo parietal) e as categorias mais abstratas (processos mentais superiores) nos lobos frontais. Trata-se da neurobiologia das categorias.
Entretanto, a percepção física dos objetos não é suficiente para reconhecer a que categoria o objeto se insere (conceitos de gordura ou magreza, por exemplo), todavia tais conceitos implicam a emparelhar as sensações com as categorias adequadas, pois tais situações precisam da presença da abstração para sua categorização. Desta forma, há abstração em todos os modelos de categorização, que se dividem em:

  •     modelo prototípico ou generalizado (noção geral dos atributos mais típicos ou representativos do conceito) – nível maior de abstração; 
  •      modelos exemplares (exemplos específicos que foram experienciados).
Ambos os modelos estão envolvidos na aprendizagem de conceitos.

Diferente do behaviorismo, as teorias cognitivas de Bruner são mais abstratas, por meio de metáforas, de uma abstração do que representa, do que simboliza:

Não queríamos ‘reformar’ o behaviorismo, mas substituí-lo.[...] um esforço total para implantar o significado como o conceito principal da psicologia (BRUNER,1990)

Suas teorias são úteis para esclarecer os processos mentais mais complexos, tais como tomada de decisão e uso de estratégias cognitivas. Implicações Eucacionais da sua teoria são heuríticas, pois abre a possibilidade de novas pesquisas e debates gerandos novas descobertas, e Práticas.
A aprendizagem por descoberta utiliza “técnicas” que encoraja crianças a descobrir fatos e relações por si próprias. Propõe currículo em espiral – os mesmos tópicos são desenvolvidos por idades, ou sucessivos ou em níveis de graduação, ou seja, em diferentes níveis de dificuldades. Assim, há o diálogo de Bruner com o construtivismo e vice-versa, na medida em que o estudante construir o conhecimento por si próprio, por meio da construção de significados.
Sua maior contribuição foi a revolução cognitiva, pois desloca a ênfase da construção do significado para o processamento informação cuja metáfora é o computador e a próxima revolução cognitiva que procura compreender como as pessoas constroem significado, na qual lidará com a singularidade da pessoa. O self no contexto cultural.

O estudo apropriado do homem é o homem [...] não há nenhuma explicação do homem a menos que seja interpretada à luz do mundo simbólico que constitui a cultura humana. (BRUNER, 1990).

Referência

LEFRANCOIS, G.R. Teorias da Aprendizagem. Tradução Vera Maqyar, São Paulo, 2008

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Educação: Um Tesouro a Descobrir


Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors. O Relatório está publicado em forma de livro no Brasil, com o título Educação: Um Tesouro a Descobrir (UNESCO, MEC, Cortez Editora, São Paulo, 1999). Neste livro, a discussão dos "quatro pilares" ocupa todo o quarto capítulo, pp. 89-102. Se quer saber mais, dê um click no link:

Vygotsky

Alguns Conceitos da Teoria de Aprendizagem de Vygostky


   Fonte: Blog Psicologia Sócio-Histórica/memoriadetrabalho.blogspot.com

A Teoria de Vygotsky pelo Olhar de Marta Kohl
Parte 1

O artigo: O pensamento de Vygotsky nas reuniões da ANPED (1998-2003) de Maria Teresa de Assunção Freitas - Universidade Federal de Juiz de Fora.